sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Assassinato de Reputações

Grande Luis Nassif,

Antes de mais nada, quero lhe dizer: - Não lhe conheço, apenas sei que vc escreve e muito bem, gosto da sua escrita, também, não tenho muitos dados a respeito do citado em seus comentários, portanto escrevo simplesmente como um leitor de um artigo assinado por você.

Sabe o que me preocupa, na leitura do seu texto, são os fatos relatados de extremo descumprimento das boas praticas de gestão e até de improbidade administrativa. E nada aconteceu, como entendo pela leitura do seu texto.

Por outro lado, comparando o seu texto com a leitura de uma postagem anterior, que trata do "Assassinato de Reputações" livro escrito pelo "Tuminha", que também não conheço, apenas li o seu Livro, fico pensando comigo: - Seu texto traz somente lampejos de informações soltas, em nenhum momento vc cita detalhes de processos, números de inquéritos ou dados, que segundo o livro, precisam ser mostrados, para uma melhor analise do leitor, sob pena de estarmos "maculando" uma reputação.

bjkas Marcão - é uma pena, mas eu gosto é de jogar Futebol...


Gilmar, o IDP e o Tribunal de Justiça da Bahia

Em 2010 Gilmar Mendes, Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), desentendeu-se com Inocêncio Mártires, seu sócio no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), instituição de ensino.
Um dos motivos foram os constantes saques feitos por Gilmar nas contas do IDP, que teriam depauperado as finanças do instituto. A alegação de Gilmar é que, com seu prestígio, ele ajudava a captar clientes para os cursos, e precisaria ser reembolsado pelas despesas.
Seguiu-se uma briga societária pesada que terminou em 2012 com Gilmar adquirindo a parte do sócio por R$ 8 milhões. Não se soube onde Gilmar teria conseguido o capital.
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Naquele ano, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mirou sua lupa no Tribunal de Justiça da Bahia.
Em 21 de abril de 2012, por ato do seu presidente desembargador Mário Alberto Simões Hirs,  o TJ-BA contratou os serviços do IDP por R$ 10.520.754,54  Em outubro, um aditivo elevou o valor total para R$ 12.996.811,00. O objeto do contrato eram cursos de capacitação para juízes e funcionários, para se adaptarem às resoluções do CNJ.
No dia 29 de junho foi a solenidade de celebração do contrato. O evento contou com a presença de Gilmar e mereceu uma aula magna do Ministro Ayres Britto, na época presidente do STF e do CNJ.
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Em 9 julho de 2012, a Corregedora Nacional de Justiça do CNJ, Ministra Eliana Calmon, publicou relatório de inspeção. O relatório anuncia a instauração de uma sindicância, “visando apurar a responsabilidade dos gestores” na compra de um imóvel sem licitação.
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No início de novembro de 2013, o presidente do TJ, Mário Hirs, e a ex-presidente Telma Brito foram afastados pelo CNJ, por suspeita de liberação de pagamento superfaturado de precatórios.
Seguiu-se nova inspeção do CNJ, agora sob o comando do novo Corregedor Francisco Falcão.
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Na segunda-feira, dia 3, o Ministro Falcão concedeu entrevista dizendo que tudo seria apurado com todo rigor, “doa a quem doer”.
Além do levantamento dos precatórios, segundo Falcão, o CNJ irá apurar “a promoção de diversos serviços sem licitação”, que, segundo ele, “parece corriqueiro”. Anunciou para hoje a conclusão do inquérito.
Em alguns dos relatórios do CNJ servidores criticam os cursos, por terem pouca aderência com as necessidades reais dos tribunais.
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No dia seguinte, dia 4, Gilmar “causou”, com suas declarações sobre suspeita de lavagem de dinheiro na “vaquinha” dos militantes do PT para pagamento das multas dos “mensaleiros”.
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Alguns anos atrás, quando se viu sob fogo cruzado da Operação Satiagraha, Gilmar protagonizou o conhecido episódio do “grampo sem áudio” – um suposto grampo com conversa sua com o ex-senador Demóstenes Torres.
Depois, o gabinete de Gilmar denunciou grampo no Supremo, gerando uma CPI. A informação era falsa Na época, um dos assessores de Gilmar era o araponga Jairo Martins que, assim como Demóstenes, trabalhava para o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Esses factoides livraram-no de dar as explicações necessárias sobre seus atos.
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Nos próximos dias se verá qual o grau de autonomia do CNJ. Se abrirá inquérito ou, ao menos, cobrará explicações de Gilmar. Ou se as “denúncias” sobre lavagem de dinheiro de terceiros foi suficiente para blindar novamente Gilmar.




trecho do artigo abaixo:

http://www.implicante.org/blog/curta-nota-sobre-romeu-tuma-jr-no-roda-viva/

Curta nota sobre Romeu Tuma Jr. no Roda Viva

Romeu Tuma Jr. não foi "entrevistado" pelo Roda Viva: foi quase um ataque em bando, uma gangue tentando aplicar uma surra de galera. A gangue voltou pra casa chorando depois de apanhar.



Tuma Jr. foi entrevistado pelo livro que ganhou destaque de reportagem de capa na revista Veja, onde já havia respondido quase todas as perguntas feitas mais de um mês depois no Roda Viva – perguntas feitas agora como ameaça, como uma tentativa de achincalhe e provocação infantil, como “Você tem provas?” (seguido até de um e-mail provando que, afinal, como um agente da PF havia até mesmo prometido que mentiria, ele estava mentindo) ou “Por que você não delatou antes?” (na verdade, havia delatado tudo, só estava compilando para o público)

Ver a cara de tacho de seus entrevistadores depois das respostas valeu quase como uma destruição de reputações – não pelo assassinato sistemático através de dossiês de mentiras e ataques pessoais como Tuma Jr. denuncia, mas sim com argumentos que, ali, ao vivo, ficaram sem nenhuma resposta. Neste Roda Viva decretou-se por fim que não há mais nenhuma obrigação de tratar notícias elogiosas ao governo na grande imprensa com um pingo de respeito.

Se pegar em galera ainda faz a galera apanhar feio e nem conseguir dar uma unhada no alvo, significa que fica difícil até para a platéia mais abobalhada não perceber quem ganhou de fato e quem perdeu. Não à toa que a petistada hoje resolveu falar do tempo, das ilhas Galápagos, do Tico Santa Cruz e do Leonardo – mas Tuma Jr, quem é esse, nunca ouvi falar, meu deus, vira essa boca pra lá.

De fato, como definiu Rivarol em defesa da monarquia, uma cabeça sozinha pensando vale mais do que centenas de milhões se imitando como autômatos. Uma cabeça pode ser Nero ou Calígula, mas também pode ser Marco Aurélio ou Tito Lívio. A turba costuma se comportar como Nero – mas jamais poderá ser Marco Aurélio.




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